quinta-feira, 3 de julho de 2014


CPCJ e ATHMS – Uma parceria de sucesso
(Luísa Areia de Carvalho – Docente e Mediadora entre o AEE e a CPCJ de Valongo) - artigo publicado no Jornal Novo de Valongo em conjunto com a Direção da ATHMS

A parceria estabelecida entre a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a Associação Tradicional Hanguk Moo Sool (ATHMS) é um exemplo de sucesso em prol das nossas crianças e jovens de meios sociais mais desfavorecidas e em risco.
A Associação representada pelo Presidente, Mestre Fernando Branco, além de ensinar os princípios básicos das artes marciais coreanas: cortesia, integridade, perseverança, auto-domínio e espírito indomável, promove a cultura tradicional coreana e as artes de Hongik Ingan – “amar em paz, espírito íntegro, defender o correto e um forte sentido de responsabilidade”. Por sua vez, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco, representada pela sua Presidente, Dra. Fernanda Almeida, prossegue fins de promoção e proteção de crianças e jovens em risco, nos termos da Lei nº 149/99, de 1 de setembro.
Com o objetivo de conceber, fortalecer e complementar os sistemas e redes de suporte que rodeiam as crianças e jovens destes territórios, criou-se esta parceria local, há dois anos, apoiando individualmente crianças e jovens no desenvolvimento das suas competências pessoais e sociais, aumentando os seus níveis de autonomia de forma a romper com os ciclos de exclusão social nos quais se encontravam inseridos
Desde então, a CPCJ tem indicado jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos para a prática de artes marciais. A Associação disponibiliza, ainda, transporte e todo o material necessário à prática destas artes.
A ATHMS, atuando segundo os seus valores, constitui-se como uma referência, reconhecida pelo valor dos seus resultados e a qualidade dos seus serviços, fundamentada numa gestão proativa e solidária, contribuindo para uma sociedade mais justa, equitativa e orientada para a inclusão social das crianças, dos jovens e das famílias mais vulneráveis.
Ao longo destes dois anos de parceria, esta Associação tem merecido a inteira confiança da CPCJ e de outras entidades, tais como o Agrupamento de Escolas de Ermesinde (AEE). Seguindo o exemplo referido, o AEE também estabeleceu uma parceria, no início deste ano letivo, abrangendo os alunos mais desfavorecidos ou em risco, e que tem funcionado regularmente, nas próprias instalações da escola e com um sucesso cada vez mais notório.
O grande desafio de hoje é criar uma rede social cada vez mais alargada com o estabelecimento de parcerias locais no combate à exclusão social e à remoção do risco. Neste sentido, a CPCJ encontra-se disponível e recetiva a propostas que se enquadrem neste espírito.
 .

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sou eu...







Sou eu...

"...Tenho felicidade o bastante para ser doce, dificuldades para ser forte, tristeza para ser humana e esperança suficiente para ser feliz. Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela... metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...Sou uma filha da natureza: quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser...a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo."

Clarice Lispector

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014



A DECEÇÃO


 A dor da deceção pode ocorrer quando esperamos muito do outro aquilo que ele não pode ou não quer dar, principalmente quando a pessoa que dececionou foi alguém que confiamos ou amamos muito.  Dói, pois demos àquela pessoa o voto de confiança e esperamos que, por este motivo a confiança, a entrega fosse correspondida.

O importante é entender que as deceções, as frustrações, como a felicidade, também fazem parte da vida, por mais difícil que seja a dor.  O importante é saber lidar com esta dor e aprender com ela.   Superar é uma questão de amadurecimento e sabedoria para entender e suportar as dificuldades.   A decepção com tempo, também pode ser uma lição de vida no sentido de amadurecimento e crescimento.

Adaptado - LAC

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

As gavetas fechadas...



Não deves abrir as gavetas fechadas...

Não deves abrir as gavetas fechadas: por alguma razão as trancaram e teres descoberto agora a chave é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras: mentiras. Muitas mentiras de papel, fotografias, objetos. Dentro das gavetas está a imperfeiçao do mundo, a inalterável imperfeição, a mágoa com que repetidamente te desiludes. As gavetas foram sendo preenchidas por gente tão fraca como tu e foram fechadas por alguèm mais sábio que tu. Há um mês ou um século, não importa.
Pedro Mexia in "Menos por Menos" - Poemas EScolhidos


sábado, 21 de dezembro de 2013

Um conto de Natal...




A MENINA DOS FÓSFOROS

Um conto de Hans Christian Andersen



             Fazia tanto frio! A neve não parava de cair no leste europeu, e a gélida noite aproximava-se. Aquela era a última noite de dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no meio do frio intenso e da escuridão uma pobre menina seguia pela rua afora,  a cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair de casa trazia um par de chinelos, mas estes não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que já tinham pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, pesados e encharcados de neve que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua, correndo, para fugir de um bonde. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.
             Por isso, a menina seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no bolso dianteiro do avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a todos que passavam, oferecendo: — Quer 
comprar fósforos bons e baratos? — Mas o dia lhe tinha sido adverso. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão sequer. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre criança! Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos seus cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro delicioso da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo. Nisso, sim, é que ela pensava, o que lhe enchia de água a boca. 
            Sentou-se no chão e encolheu-se no canto de uma varanda. Sentia cada vez mais frio, mas não tinha coragem de voltar para casa, porque não vendera um único maço de fósforos, e não podia apresentar nem uma moeda; e o padrasto, malvado, seriacapaz de lhe bater. E afinal, em casa também não havia calor. A família morava numa meia-água, um barraco, e o vento metia-se pelos buracos das telhas, apesar de terem tapado com farrapos e palha as fendas maiores. Tinha as mãos quase paralisadas com o frio. Ah, como o calorzinho de um fósforo aceso lhe faria bem! Se  tirasse um, um só palito, do maço, e o acendesse na parede para aquecer os dedos...! Pegou num fósforo e: Fcht!, a chama espirrou e o fósforo começou a queimar ! Parecia a chama quente e viva de uma vela, quando a menina a tapou com a mão.
            Mas, que luz era aquela? A menina imaginou que estava sentada em frente de uma lareira cheia de ferros rendilhados, com um guarda-fogo de cobre reluzente. O lume ardia com uma chama tão intensa, e dava um calor tão bom...!  Mas, o que se passava? A menina estendia já os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e a lareira desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.
             Riscou outro fósforo, que se acendeu e brilhou, e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente como vidro. E a menina viu o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, resplandescente de louças delicadas, e mesmo no meio da mesa havia um ganso assado, com recheio de ameixas e puré de batatas, que fumegava, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, que 
surpresa e que alegria! De repente, o ganso saltou da travessa e rolou para o chão, com o garfo e a faca espetados nas costas, até junto da menina. O fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.
             Acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se viu ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de 
Natal. Era ainda maior e mais rica do que outra que tinha visto no último Natal, através da porta envidraçada, em casa de um rico comerciante. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes, e figuras de todas as cores, como as que enfeitam as vitrines das lojas, pareciam sorrir para ela. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas de Natal começaram a subir, a subir, e ela percebeu então que eram apenas as estrelas a brilhar no céu. Uma estrela maior do que as outras desceu em direção à terra, deixando atrás de si um comprido rastro de luz.
             «Foi alguém que morreu», pensou para consigo a menina; porque a avó, a única pessoa que tinha sido boa para ela, mas que já não era viva, dizia-lhe à vezes: «Quando vires uma estrela cadente, um meteorito, é uma alma que vai a caminho do céu.»
             Esfregou ainda mais outro fósforo na parede: fez-se uma grande luz, e no meio apareceu a avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!
— Avó! — gritou a menina — leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás aqui. Vais desaparecer como a lareira, como o ganso assado, e como a árvore de Natal, tão linda. Riscou imediatamente o punhado de fósforos que restava daquele maço, porque queria que a avó continuasse junto dela, e os fósforos espalharam em redor uma luz tão brilhante como se fosse dia. Nunca a avó lhe parecera tão alta nem tão bonita. Tomou a neta nos braços e, soltando os pés da terra, no meio daquele resplendor, voaram ambas tão alto, tão alto, que já não podiam sentir frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham chegado ao reino de Deus.
             Mas ali, naquele canto, junto do portal, quando rompeu a manhã gelada, estava caída uma menina, com as faces roxas, um sorriso nos lábios… morta de frio, na última noite do ano. O dia de Ano Novo nasceu, indiferente ao pequenino cadáver, que ainda tinha no regaço um punhado de fósforos. — Coitadinha, parece que tentou aquecer-se! — exclamou alguém. Mas nunca ninguém soube quantas coisas lindas a menina viu à luz dos fósforos, nem o brilho com que entrou, na companhia da avó, no Ano Novo.

Adaptado - LAC


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Brad Pitt fez 50 anos...



Um Segredo de Amor -  Brad Pitt fez 50 anos…




“O ator Brad Pitt revelou que a sua relação com Angelina Jolie esteve à beira da rutura e que só conseguiu recuperar a sua mulher com muitos mimos, flores, beijos e elogios. Num texto publicado na revista americana “Identity Magazine”, sob o título “Um Segredo de Amor”, escreve Pitt: “A minha mulher adoeceu. Estava constantemente nervosa por causa dos seus problemas no trabalho, vida pessoal e das suas falhas e problemas com os nossos filhos. Perdeu cerca de 13 quilos e pesava pouco mais de 40 quilos aos 35 anos. Ficou demasiado magra e chorava constantemente. Não era uma mulher feliz. Tinha dores de cabeça constantes, dores no peito e tensão muscular nas costas. Não dormia bem, adormecia somente de madrugada e cansava-se muito durante o dia. A nossa relação estava à beira da rutura. A sua beleza começava a abandoná-la. Tinha papos debaixo dos olhos, andava sempre desgrenhada e parou completamente de cuidar de si. Recusava trabalhar no cinema e rejeitou vários papéis. Perdi a esperança e pensava que nos divorciaríamos em breve… Foi então que decidi tomar algumas medidas. Afinal, eu tenho a mulher mais bonita do mundo. Ela é a mulher ideal para metade dos homens e mulheres do planeta e eu era o único a ter o privilégio de adormecer ao seu lado e de poder abraçá-la. Comecei a mimá-la com flores, beijos e muitos elogios. Surpreendia-a e tentava agradá-la em todos os momentos. Enchi-a de presentes e comecei a viver apenas para ela. Só falava em público a seu respeito e relacionava todos os assuntos com ela, de alguma forma. Elogiei-a a sós e em frente a todos os nossos amigos. Podem não acreditar, mas ela começou a renascer, a florescer… Tornou-se ainda melhor do que era antes. Ganhou peso, deixou de andar nervosa e ama-me ainda mais do que antes. Eu nem sabia que ela podia amar tão intensamente. E então percebi: ‘A mulher é o reflexo do seu homem’

Adaptado - LAC